Essa é uma situação que a maioria das mães com filhos especiais já tiveram de passar, inclusive eu!
Em um determinado ano trabalhei numa fábrica e era meu auge na carreira, bom salário, tinha todos os convênios que eu precisava. Uma certa data, comecei a faltar para levar minha filha mais velha nas terapias.
Um certo dia, cheguei para trabalhar e muitos da fábrica estavam me dando sinal que eu seria demitida, não liguei muito pois, não me preocupava com boatos (disse-me-disse de funcionários). Continuei meu expediente como de costume, fiz minhas atividades, almocei, tomei café da tarde e fechei minha sala. Na saída o diretor da mesma me chamou em sua sala e fui com toda a disponibilidade e gentileza.
Ele já foi direto ao ponto!
- Sei que a senhora tem uma filha com doença correto?
- Bom senhor faço uma ressalva no que disse (ELA TEM UMA DEFICIÊNCIA!)
E ele todo prepotente disse:
- Não me interessa! Pra mim é tudo igual! O que quero dizer é o seguinte. Quer continuar nessa empresa?
Minha resposta de imediato foi sim, só que eu não contava com a bomba que viria agora.
- Pois bem, se quer trabalhar aqui mas, com essa filha que te tira todo o tempo não tem como. Ou cuida dela ou trabalha em nossa empresa.
Nessa hora perdi a linha e mandei o diretor se ‘danar’, bati a porta na cara dele e sai sem falar com ninguém.
Pensei que não deveria deixar o desenvolvimento dela de lado por uma empresa medíocre dessas e dei preferência e minha vida por ela.
Hoje ela está linda e forte e eu super feliz. Pois, fiz o que devia ser feito!
Essa história a cima é real, ocorreu comigo em 2007.
Achei interessante enfatizar a minha história e colocar o que de fato ocorre com muitas mães. Elas são pressionadas por seus encarregados a escolherem a empresa ou dar cuidados aos seus filhos.
Muitas delas com formação acadêmica de excelente porte, boas profissionais por motivos de falta de amparo acabam se privando de um vida profissional e se tornando cuidadora oficial de seu filho.
Seja em casa, em clínicas de tratamento ou em tudo referente aos seus filhos, essas mulheres que trocaram sua rotina profissional por seus anjos azuis, precisam ficar de mediadora na escola, consultas, terapias e todas as rotinas dos mesmos pois, elas são capazes de superar tudo pelo desenvolvimento e progresso dos mesmos !
Resultados: As mães precisam se especializar em cursos para ajudar seu filho na escola, precisam depender dos maridos com seus salários e se privar de sua independência. E sendo omissas a si mesma em relação a sua carreira profissional.
Também à aquelas que conseguem manter seus filhos na escola e são chamadas para uma entrevista de emprego. Seu primeiro pensamento é:
Acho que agora eu consigo!
Vem a hora da sua entrevista e é perguntado. A senhora tem filhos e todas aquelas perguntas chatas. Então que tem filho e ele é uma criança especial, já te olham como se fosse uma criminosa. Suas chances desabam por saber que você terá de faltar novamente novo trabalho, por várias vezes, seja por causa da consulta médica, acompanhamento, escola em reunião e as férias. Aquela mãe que não tem com quem deixar seus filhos nesse período fica em crise, emprego ou meu filho?
Isso ainda é um dilêma. Pode ser que não pareça mas, o homem sempre consegue trabalhar normalmente, já as mulheres não, por essa questão. Na verdade o homem consegue manter suas atividades regulares normais em relação a mulher, porém vivem menos tempo com seus filhos e perdem de conhecer a evolução deles. Além de que essa responsabilidade é cobrada muito mais na mulher do que aos homens.
Para definir melhor esta circunstância, quem não tem filhos especiais se dará melhor na sua carreira e mercado de trabalho pois, terá disponibilidade e tempo para o empregador. Se você que tem filho especial, infelizmente não poderá seguir o mesmo caminho. Essa é minha realidade e de muitas mãe de crianças com TEA (Transtorno de Espectro Autista).
Um Super Abraço Azul
Gi-Ferro
Diretora Viver Autismo
Diretora Viver Autismo
Fonte: http://viverautismo.com.br/carreiraoufilho/
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