domingo, 20 de outubro de 2013

Um Mestre da sabedoria...

Um Mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu jovem discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre, e resolveu fazer uma breve visita.
Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e das oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.
Chegando ao sítio constatou a pobreza do lugar, sem acabamento, casa de madeira e os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas sujas e rasgadas. Aproximou-se do senhor, que parecia ser o pai daquela família, e perguntou: “Neste lugar não há sinais de pontos de comércio, nem de trabalho. Como vocês sobrevivem”?
Calmamente veio a resposta:
“Meu senhor, temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte nós vendemos ou trocamos na cidade mais próxima por outros gêneros de alimentos. Com a outra parte fazemos queijo, coalhada, etc., para o nosso consumo… e assim vamos sobrevivendo”.
O Mestre agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, despediu-se e foi embora. No meio do caminho, em tom grave, ordenou ao seu fiel discípulo:
“Pegue a vaquinha, leve-a até o precipício e empurre-a lá para baixo”.
Em pânico, o jovem ponderou ao Mestre que a vaquinha era o único meio de sobrevivência daquela família. Percebendo o silêncio do Mestre, sentiu-se obrigado a cumprir a ordem. Assim, empurrou a vaquinha morro abaixo, vendo-a morrer.
Essa cena ficou marcada na memória do jovem durante alguns anos. Certo dia, ele decidiu largar tudo o que aprendera e voltar ao mesmo lugar para contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los.
Quando se aproximava, avistou um sítio muito bonito todo murado, com árvores floridas, carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver.
Apertou o passo e ao chegar lá foi recebido por um caseiro simpático, a quem perguntou sobre a família que ali morou há alguns anos.
“Continuam morando aqui”, respondeu rapidamente o caseiro.
Surpreso, ele entrou correndo na casa e viu que era efetivamente a mesma família que visitara antes com o Mestre. Depois de elogiar o local, dirigiu-se ao senhor que era o dono da vaquinha que havia morrido:
- “Como o senhor conseguiu melhorar este sítio e ficar tão bem de vida”?
A resposta veio com entusiasmo:
- “Tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante tivemos que aprender a fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos”.
E completou feliz:
- “Assim, conseguimos conquistar o sucesso que seus olhos vêem agora”!

Moral desta história:
Todos nós temos uma “vaquinha”, que nos dá as coisas básicas para sobreviver, mas que nos obriga a conviver com uma cega rotina.
As vezes precisamos empurrar uma vaquinha para vir as mudanças em nossas vidas. Identifique a sua “vaquinha”.

Fonte: http://mensagemdodia.com/blog/2011/11/historia-da-vaquinha/#ixzz2hBJYfiHb

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Haloperidol causa encolhimento temporário do cérebro

Pesquisa publicada na revista Nature concluiu que o haloperidol reduz temporariamente o tamaho de uma região do cérebro responsável pelo controle do movimento e da coordenação, causando efeitos colaterais como tremores, babação e a síndrome da perna inquieta (restless leg syndrome).

Apenas duas horas depois de receber uma injeção do medicamento, voluntários saudáveis experimentaram prejuízos nas suas habilidades motoras que coincidiram com uma diminuição no volume da matéria cinzenta do corpo estriado (striatum).

Clare Parish, do Howard Florey Institute, afirmou ser estarrecedor constatar que houve um remodelamento do corpo estriado em tão curto período. E acrescentou: "nosso ponto de vista é que apenas mudanças químicas aconteceriam em tão curto período de tempo".

Com imageamento de ressonância magnética funcional (fMRI) os autores observaram a diminuição do corpo estriado dos voluntários e mudanças na estrutura do circuito motor de seus cérebros. Além disso, seu tempo de reação em um teste de computador feito depois do tratamento caiu, indicando o começo dos lapsos no controle motor que afeta muitos pacientes sob efeito de antipsicóticos.

O haloperidol tem vários efeitos colaterais, mas muitos são menores e diminuem com algumas semanas do tratamento começado. Com poucas alternativas melhors, os psiquiatras têm prescirto a droga por mais de 40 anos para tratar pessoas com alucinações, delírios, ilusões e hiperatividade.

O haloperidol, como muitos antipsicóticos, bloqueia o receptor D2, que é sensível à dopamina. A droga deprime a elevada atividade dopaminérgica que se acredita ser subjacente à psicose. Esses receptores são abundantes no corpo estriado, onde sua atividade regula a expressão dos genes.

Andreas Meyer-Lindenberg, professor de psiquiatria e psicoterapia da Universidade de Heidelberg, Alemanha, diz que esta é a mais rápida mudança no volume do cérebro já vista: "Outros estudos mostraram que outras regiões do cérebro mudam de volume em alguns dias, mas este ocorre em duas horas, e na metade do tempo ele salta para o volume anterior".

Com um dia, o cérebro dos voluntários volta quase até o volume original, após passado o efeito da droga o que, para Meyer-Lindenberg, reduz o receio de que haja destruição de neurônios: "Sabemos que não está matando os neurônios, porque o cérebro volta ao tamanho original", ele diz.

A equipe sugere que o haloperidol reduza o tamanho das sinapses. Meyer-Lindenberg especula que a mudança seja mediada pela proteína BDNF, nevolvida no crescimento das sinapses e que diminui em resposta ao tratamento com o antipsicótico em ratos.

Para Shitij Kapur, do Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres, isso causará preocupações a algumas pessoas, mas as contrapõe lembrando que as mudanças parecem ser reversíveis e que a dose usada no experimento é maior que a usualmente receitada aos pacientes.

As descobertas também dão pistas do porquê pessoas com transtorno bipolar têm reduzida sua massa cinzenta em partes do cérebro depois de alterações maníacas do humor. Andrew McIntoshm da Universidade de Edinburgh diz que a conexão entre as variações de tamanho do cérebro e de um antipsicótico e a redução de massa cinzenta que ovservaram em pacientes esquizofrênicos e bipolares ainda é "um pouco incerta, mas este artigo definitivamente faz o tema merecer investigação".

Fonte: http://cronicaautista.blogspot.com.br/2010/06/haloperidolcerebro.html

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Deficiente leva meses para obter desconto em carro, mas valor compensa

Em 2011, depois de enfrentar o lúpus (doença autoimune) por vários anos, a aposentada Márcia Maria Cestari, 44 anos, decidiu voltar a dirigir. Por conta das sequelas provocadas pela enfermidade, que incluem perda de parte dos movimentos dos pés, das pernas e das mãos, ela conseguiu comprar um Volkswagen Fox com isenção total de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Renata Turbiani Colaboração para o UOL

  Renata Turbiani/UOL
Só estacionar em vaga especial não resolve: pessoas com deficiência têm direito a abatimentos no preço de carros, mas o caminho para chegar a eles é longo

Segundo a motorista, moradora de São Bernardo do Campo (SP), devido à dispensa no pagamento dos tributos o veículo, que custaria cerca de R$ 50 mil na época já com os opcionais incluídos, saiu por menos de R$ 37 mil (cerca de 26% de desconto).

Os benefícios concedidos a Márcia, além de praticamente indispensáveis devido aos custos de adaptação posterior do veículo, não são privilégio dela. 

No Brasil, desde 24 de fevereiro de 1995, com a entrada em vigor da lei 8.989 (vigência prevista até 31 de dezembro de 2014), portadores de deficiência física, ainda que menores de 18 anos, têm o direito de adquirir diretamente ou por intermédio de seu representante legal veículos sem a cobrança do IPI. Em 2003, o auxílio também passou a valer para pessoas com deficiência visual, mental severa ou profunda e autistas.

A isenção do ICMS veio mais tarde, em 2007, e por enquanto pode ser solicitada até 31 de dezembro deste ano – provavelmente haverá prorrogação. A Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com validade indeterminada, já concedia a isenção de IOF (Imposto sobre Operação de Crédito, Câmbio e Seguro). Em muitos Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Paraná, os portadores de deficiência contam ainda com outra desobrigação, a do pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Na capital paulista o benefício é concedido desde 2008 e não tem prazo para ser encerrado.

PACIÊNCIA
O processo para obtenção das isenções é bastante demorado (pode passar de seis meses) e cheio de exigências. De acordo com Thayse Kessuane Gil Moreira, analista de documentos do Lyon Despachantes, filiada à Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência (Abridef), o primeiro passo é pedir ao médico um laudo com a CID (Classificação Internacional de Doenças) da enfermidade e as restrições provocadas por ela.

APOIO AO CLIENTE ESPECIAL

  • Renata Turbiani/UOL
    A Fiat, com o Autonomy, e a Honda, com o Conduz, são duas das várias montadoras que têm programas e treinamento específicos para atentimento a deficientes (leia no box)
Em seguida, se o próprio solicitante for o condutor, ele tem de procurar uma autoescola especializada para obter a troca da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Mas a mesma só será emitida após a realização dos exames médico, psicotécnico e prático. "Na nova carta deverão constar todas as condições necessárias para a direção e também as relacionadas às adaptações do veículo. Por exemplo, se o motorista só puder pilotar carros automáticos, essa informação irá aparecerá lá", explica Thayse.

MONTADORAS AJUDAM

Para conseguir as isenções, o solicitante pode fazer todo o processo sozinho, procurando o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e os postos locais da Receita Federal e da Secretaria da Fazenda, ou então contratar os serviços de um despachante. As próprias montadoras podem ser boas conselheiras neste processo.
Atualmente, muitas oferecem programas que orientam os portadores de deficiência a conseguir os benefícios. A Honda, por exemplo, oferece o Conduz.
Segundo Ricardo Rodrigues da Silva, supervisor de vendas especiais da marca, o serviço foi criado em 1997 e inclui o treinamento das equipes de vendas, orientações com relação à obtenção das isenções e informações detalhadas sobre a preservação da garantia oferecida. "Mais de 57 mil veículos já foram vendidos nos 16 anos do programa", conta.
Outra fabricante que investe no auxílio aos deficientes para escolher o carro adequado e solicitar isenções fiscais é a Fiat. "O Autonomy nasceu em 1994, na Itália, e chegou ao Brasil dois anos depois", explica Ricardo Francisco de Souza, supervisor de vendas diretas do programa. E ele acrescenta: "Por mês vendemos 600 unidades".
Além de atendimento diferenciado, a montadora oferece descontos no valor final do carro (que pode chegar a 5%), certificação das empresas adaptadoras, um ano de garantia adicional e assistência estendida. Volkswagen, Renault, Peugeot e Toyota também têm programas de assistência aos portadores de deficiência. Devido a preço e origem, nem todos os modelos podem receber isenções: o ideal é consultar a marca de preferência e conhecer as opções.
A próxima etapa é requerer junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran), ou nas clínicas credenciadas, o Laudo para Condutor. Nele, o médico indicado atestará o tipo de deficiência, a eventual incapacidade física para dirigir veículos com câmbio manual, e indicará o tipo de carro ideal, com suas características e adaptações necessárias. Caso o pleiteante não seja o condutor do veículo, no laudo deverá constar apenas o código CID e o grau de deficiência física ou visual.

FEDERAL, ESTADUAL
Com tudo isso em mãos, o solicitante deve ir até a Receita Federal, responsável pela concessão da isenção de IPI e IOF, e apresentar uma série de documentos, como declaração de disponibilidade financeira ou patrimonial, cópia da CNH, do RG e do CPF e prova de contribuição ao INSS (holerite ou extrato da aposentadoria são algumas aceitas), além dos formulários de pedido de dispensa do pagamento dos impostos fornecidos pela própria Receita Federal.

Francisco José Branco Pessoa, coordenador estratégico da Equipe de Isenção de IPI e IOF no Estado de São Paulo (8ª Região Fiscal) da Receita Federal, diz que o tempo para a obtenção das autorizações varia em todo o Brasil. "Na capital paulista a análise é feita por uma equipe regional de especialistas, constituída em julho de 2012, e, atualmente, o tempo médio de espera é de 40 dias", relata.

Após essa primeira liberação, o postulante tem 180 dias para procurar a Secretaria da Fazenda e pedir o benefício do ICMS. Entre os documentos exigidos estão os mesmos determinados pela Receita Federal, o que inclui os laudos médicos, além de declaração da concessionária onde será feita a compra do automóvel, comprovante de residência, extrato bancário, requerimento fornecido pelo órgão e autorização expedida pela Receita para aquisição do veículo com isenção do IPI e do IOF. Se deferido, o que normalmente ocorre em 30 dias, será dada a licença, também válida por 180 dias a partir da data de emissão.

Já a petição da isenção do IPVA só é feita após a aquisição do carro. O prazo para a solicitação, também junto à Secretaria da Fazenda, é de até 30 dias da data do documento fiscal. Para isso, deve-se apresentar todos os documentos anteriores e mais cópia da nota fiscal ou do Danfe (Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica) e declaração de que não possui outro veículo com o benefício.

As isenções de IPI e ICMS valem para automóveis de passageiros ou de uso misto, fabricados no Brasil ou nos países do Mercosul, e com preço até R$ 70 mil. Elas podem ser solicitadas a cada dois anos, tanto pelo condutor quanto por seu representante legal. Caso o portador da deficiência não seja o condutor do carro, este será dirigido por motorista autorizado pelo requerente (podem ser indicadas até três pessoas). Para o IPI, as alíquotas mudam de acordo com o tipo de veículo a ser adquirido e, até 31 de dezembro deste ano, vão de 2% (carro 1.0) a 25% (carro a gasolina acima de 2 litros).

PÉS PELAS MÃOS

  • Renata Turbiani/UOL
    Itamar Garcia e seu Fit, adquirido com cerca de 20% de desconto; ele não move as pernas, e por isso acelera e freia manualmente (note a alavanca à esquerda do volante)
Já o valor do ICMS muda em cada Estado. Em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro é de 12%; na Bahia, de 17%. No caso do IOF, adianta Pessoa, existem algumas restrições para se conseguir a dispensa do pagamento: a potência do carro não deve ultrapassar 127 cavalos e o benefício só pode ser usufruído uma vez -- e somente pelo condutor.

TIPOS DE DEFICIÊNCIA

FÍSICA
Apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções
VISUALAcuidade visual igual ou menor que 20/200 (tabela de Snellen) no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º, ou ocorrência simultânea de ambas situações
MENTAL
Incluindo severa ou profunda: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação anterior aos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas
AUTISMO
Transtorno autista ou autismo atípico
Fonte: Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz)
"O benefício varia em função do valor que for financiado, observando que, se a aquisição for feita por arrendamento mercantil [leasing], o requerente não terá direito à isenção de IPI. As alíquotas vigentes de IOF são de 0,0041% ao dia mais o adicional de 0,38% sobre as operações de crédito, independentemente do prazo do financiamento contratado pela pessoa física", explica Pessoa, da Receita Federal.

Assim como no IOF, a isenção do IPVA vale apenas para o condutor do automóvel. As alíquotas atuais variam entre 3% e 4%, dependendo do tipo de veículo e do Estado onde será feita a compra. A analista de documentos Thayse diz que a autorização pode levar até seis meses para ser aprovada.

RECOMPENSA
Apesar da demora e da burocracia, quem já conseguiu o benefício diz que valeu a pena. É o caso de Itamar Tavares Garcia, 48 anos, sócio do Lyon Despachantes. Em abril do ano passado ele solicitou as isenções pela quarta vez. O veículo escolhido, que só pôde ser comprado quase 11 meses depois, foi um Honda Fit. "O preço de tabela do carro era de cerca de R$ 56 mil, mas paguei R$ 45 mil", lembra (desconto de 20%).

Garcia teve poliomielite aos oito anos de idade. Como não movimenta os membros inferiores, seu carro precisou ser adaptado com acelerador e freio manuais.

Márcia Cestari, a vítima do lúpus, também garante que a espera é recompensada. "Gastei R$ 500 no processo todo e ainda tive de esperar as autorizações por quase quatro meses, mas o desconto de R$ 13 mil que consegui foi ótimo, até porque ainda tive de desembolsar mais de R$ 1 mil para a instalação de freio e acelerador no volante", conta.
 
A aposentada ficou tão satisfeita que até já deu entrada em novas isenções. Ela pretende trocar o Volkswagen Fox que dirige no dia-a-dia por um modelo da Honda. "Ainda estou em dúvida, mas provavelmente será um Fit", finaliza.

Fonte:http://noticias.bol.uol.com.br/ - “Matéria postada em caráter informativo”