sábado, 17 de março de 2012

Morte… e a dor da perda.

Morte. A palavra, por si só, já carrega um peso. É a única certeza que temos na vida, a de que todos morreremos um dia. 


Sinto uma saudade diferente. É uma saudade amarrada pela certeza de que nunca vai passar. É uma saudade que vai ser eterna. A gente apenas se acostuma a conviver com a ausência, mas não esqueço, não deixo de sentir falta… as memórias permanecem, o peito aperta em cada lembrança, penso que só o tempo mesmo para acalmar o coração…


Mas o fato é que é difícil perder alguém. Para mim, pelo menos. Um vazio parece invadir meu peito, a sensação de que você não está vivendo aquilo, uma vontade de que seja tudo um sonho, um desespero que a gente não consegue explicar… O descontrole inicial passa, e você cai na real: a pessoa já não está em sua vida, não daquele jeito a que você estava acostumado.
Aquela rotina que cumpriamos   juntos já não existe. Você sempre espera a pessoa chegar naquela hora de costume, mas ninguém bate à porta… No horário do telefonema, ele simplesmente não toca… Ouvir a voz dando bom-dia, ouvir a voz falando qualquer coisa… As fotos trazem lágrimas, você pensa que podia ter feito tanta coisa mais, pensa que podia ter falado tanto mais, pensa que podia ter feito algo diferente… Enfrentar a morte é um processo que exige tempo para que consigamos lidar melhor com a situação, com a ausência em si… Eu perdi alguém. E eu nunca havia pensado no quanto dói perder alguém.
Mas a vida segue seu rumo, impiedosa. Os dias continuam passando a cada 24h e o resto de sua vida caminha a passos largos, ainda que você precise dar um tempo de tudo. Só que hoje, não temos tempo nem para o luto. Não que ninguém deva se entregar à dor e lá ficar. Não é isso… A questão é que é impossível exigir que funcionemos como se nada tivesse acontecido. É impossível desvincular o emocional das nossas rotinas diárias. Mas a nossa sociedade apressada não quer saber disso. Não temos mais tempo para chorar. Ou então choraremos a caminho de algum lugar, ou enquanto executamos alguma atividade…

A fase de luto não é fácil. Dói, machuca… nossas lembranças se viram contra nós...
Eu queria poder ter mais tempo pra chorar, mas ela, minha mãe, tenho certeza de que só ficará feliz quando me vir rindo… Ela sempre ficava feliz quando eu estava bem.


As lágrimas ainda caem, mas monstro para as pessoas meu sorriso no meu rosto, em homenagem a ela, que passava a vida a sorrir… Um dia seremos cada um de nós, deixando esse mundo. 


Mas enquanto eu tiver nele, escolhi que vou fazer o melhor e lutar por aqueles que estão ao meu lado

Nenhum comentário:

Postar um comentário