Depois de cego, começo a te ver
Rafael Gonçalves de Paulo
Ontem eu via,
Gostava de ver.
Hoje eu pouco vejo,
Vejo embaçado.
Amanha não sei se verei,
E não sei se vou querer.
Porque não sei,
Se você lá comigo vai estar.
Mas aproveito o Hoje,
Porque,mesmo pouco,
Posso ainda te ver
E eu estava a pensar:
“ Mas o por do sol vai chegar,
E o Hoje acabará. “
E enquanto eu temia o Amanha,
O Hoje acabou.
E o Amanha,
Tão temido por mim,
Começou.
Tão qual eu pensava,
Meus olhos se fecharam,
Mas parecia que eles tinham acabado de abrir.
Começo a pensar,
Que para ver,
Não preciso enxergar.
Começo a pensar,
Ontem eu te enxergara,
Mas não te vendo.
Hoje eu pensei que pouco via,
Mas sem ver,
E pouco enxergar.
Amanhã eu não enxergo,
Mas vejo.
No Amanha estou,
E ironicamente,
Não enxergo,
Bem como suspeitava.
Mas vejo
Eu te vejo,
Te sinto,
TE AMO
"A poesia é de autoria do Rafael, 12 anos, irmão do Victor, autista, 11 anos, ambos de Brasília/DF, com está poesia presenteou sua mãe Alê pelo Dia das mães. Alexandra é produtora e coordenadora de produção. Trabalha 18h durante 7 dias na semana, e só via os filhos se arrumando para a escola. Foi neste contexto que ele escreveu a poesia, vale a pena ler!
...e com ela presenteio todas as mães lutadoras. Feliz dia das Mães!"
Sent: Sunday, May 08, 2011 10:49 PM, by Mara
Membro fundador do Movimento Orgulho Autista Brasil
Conselheira de Saúde do DF - Segmento Usuários - MOAB
Comissão de Saúde Mental do Conselho
http://marafg.multiply.com/ (2005)
http://queridovictor.weblogger.terra.com.br (2004)
Que lindo!
ResponderExcluirParabéns!