Edição de 28/06/2011 Amazonas Jornal
Atenção Multidisciplinar, Orientação e Respeito para o Autismo: a Organização Não-Governamental (ONG) Amora, lançada na tarde de ontem na sede social da Assembleia Paraense, traz no nome os seus principais propósitos. O grupo de dez pais de crianças e adolescentes que têm o distúrbio decidiu unir forças e buscar parceiros a fim de estimular a capacitação de diversos profissionais que lidam com pessoas que tenham a disfunção. Na Região Metropolitana de Belém (RMB), a nova ONG estima que mais de 10 mil pessoas tenham autismo, que afeta a comunicação, a integração social e imaginação do indivíduo. Cerca de 80 famílias são tratadas com uma equipe multiprofissional na fundação Casa da Esperança, em Ananindeua. Mas há pelo menos 200 autistas na fila de espera.
O autismo é um déficit cognitivo que está associado a mais de 6 mil síndromes. O rótulo representa uma série de condições referentes ao atraso no desenvolvimento infantil, dentro de áreas específicas do comportamento humano, a exemplo da comunicação. Cerca de 80% das pessoas que têm autismo não falam. Atividades simples, como cuidar da higiene pessoal, ler ou escrever podem demorar a ser assimiladas pelos autistas, a depender do nível de gravidade do distúrbio, que varia.
O evento de inauguração teve a apresentação da jornalista da TV Globo de Brasília (DF), Cristina Serra, que veio a Belém especialmente para a ocasião, sorteios de prêmios, brindes com motivos da ONG e ainda três desfiles de moda. De acordo com o presidente da Amora, Sérgio Serra, pai de Gustavo, de 9 anos, promover o apoio financeiro para o tratamento do distúrbio, multiplicar informação sobre o autismo e ainda difundir a inclusão da pessoa com o autismo será o foco do grupo, que já começou a fazer o cadastro de doadores e colaboradores. "A ideia surgiu no último dia 2 de abril, quando se comemora mundialmente a Conscientização do Autismo. Os pais trocaram experiências e concluíram que há muitas dúvidas a respeito de como educar os filhos que têm o autismo. Como observamos em encontros e também em fóruns da internet, a falta de informações e de profissionais especializados é um problema que vamos tentar diminuir", explicou.
A madrinha da ONG, a jornalista Cristina Serra, falou sobre a importância de participar da iniciativa social, que pretende jogar uma luz em volta do autismo, desconhecido para a maior parte da população paraense.
"O lançamento da Amora representa mais uma forma de combater o preconceito existente contra a pessoa com autismo e divulgar informações sobre o tema. Há muitas famílias que não sabem como identificar o problema, pois não têm acesso a este conhecimento. Com uma discussão mais ampla, é possível facilitar o diagnóstico e assim ter respostas melhores ao tratamento", disse. O coordenador administrativo da Casa da Esperança, Carlos Quaresma, explica que há uma demanda muito grande pelo tratamento de autismo.
Mais informações nos telefones 3242-4192, 8113-9712 e 8113-0303 e no e-mail para contato@ongamora.org.
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